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sexta-feira, 12 de novembro de 2010

VIOLÊNCIA DOMÉSTICA: UM PROBLEMA DE TODAS E TODOS

Diversas pesquisas revelam a violência doméstica como um grave problema de segurança e saúde pública, apontando severos dados de agressão principalmente contra a mulher (agressões físicas, psicológicas, sócio-econômicas).

Em 1988 o IBGE realizou a primeira pesquisa sobre vitimização em âmbito nacional, apontando que 63% das vítimas de violência no espaço doméstico eram mulheres e em mais de 70% dos casos, o agressor era seu próprio marido ou companheiro.

Tais dados demonstram não só a delicada situação por qual passam diversas vítimas dessa violência, mas também apontam o reflexo de uma sociedade desestruturada, de valores no mínimo questionáveis.

Anos se passaram e ainda presenciamos diversos casos dessa violência. E esses índices parecem não diminuir.

A violência conjugal, especialmente contra as mulheres, ainda é um grande problema dentre os casos de violência doméstica. Torna-se difícil combatê-la por uma série de fatores que variam entre o medo que a vítima carrega de denunciar o companheiro e o receio de ser mal vista na sociedade. Isso é consequência da falta de assistência a essas vítimas, bem como resultado da negligência social em relação a essas questões.

É de se espantar que dentro de um relacionamento ocorram esses tipos de agressão, já que a união entre duas pessoas deveria significar a harmonia entre o casal. Fica evidente que o sentimento de posse sobre a pessoa com quem se convive é um fator de estímulo para essa violência. Este fator é fortificado pela covarde hierarquização do homem sobre a mulher, pela manutenção dos valores patriarcais, pela falta de informações que auxiliem as mulheres a lutar contra isso e até mesmo por falta de algo que as ajude a enxergar que são, de fato, vítimas de seus parceiros, já que em alguns casos não há agressão física junto à violência sofrida (caso de agressões verbais, ameaças, etc.) ou então a agressão é consequência do uso de bebidas alcoólicas e/ou outros entorpecentes, o que para algumas pessoas acaba isentando o agressor de sua culpa (o que não deveria acontecer).

As mulheres que sofrem a agressão conjugal ainda enfrentam uma série de questões delicadas. O afastamento da mulher de seu círculo social como medida para evitar represálias por conta do agressor ou por vergonha dos vizinhos é um exemplo. Em muitos casos, falta apoio judicial à vitima por se tratar de um “problema no casamento”, como se a agressão aplicada fosse justificada por ser entre casal. Por conta de tudo isso, há vítimas que preferem recorrer ao suicídio para escapar desse quadro inadmissível. Precisamos mudar essa situação!

Dentro ou fora de casa, violência é sempre violência e é necessário se posicionar contra isso, sem medo de repressões ou olhares tortos. Se nós negligenciarmos os casos de violência doméstica, estaremos negligenciando o abuso contra uma sociedade inteira, já que acabamos perpetuando assim esses tipos de agressões e conceitos.

Embora haja essa negligência por boa parte da sociedade, existem grupos, núcleos, coletivos e indivíduos engajados na luta contra a violência doméstica, contra o machismo e em prol da luta das mulheres. Por mais difícil que seja a situação, é necessário dar um basta a isso! Por mais que pareça difícil lutar contra essa violência, mais difícil é ter que viver em silêncio, calando a dor, sabendo que existem outras pessoas passando pela mesma situação, precisando do seu apoio, da sua voz, da sua força para lutar contra toda essa violência!

Busque seus direitos, procure ajuda, lute contra a violência sofrida e/ou presenciada, expresse suas ideias! A sociedade só será livre quando todas e todos se unirem contra qualquer tipo de abuso e exploração.



Esse texto tem como objetivo denunciar a violência doméstica e incentivar a população a lutar contra esse e qualquer tipo de agressão e exploração.

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