LEIA MAIS SOBRE O COLETIVO NO FINAL DA PÁGINA.

domingo, 20 de novembro de 2011

Quilombos na luta por todos e todas

No dia 20 de novembro é relembrada a morte do Zumbi dos Palmares, um dos grandes nomes do Quilombo dos Palmares. Junto com essa data é lembrado também este Quilombo que foi um dos maiores da história brasileira, discutindo a condição social do(a) negro(a) na atual sociedade, que é vítima de um racismo (oculto). Com essa discussão tentamos buscar uma sociedade igual para todos(as).

Naquele contexto social (séculos XVI e XVIII) o Brasil era um país escravocrata, fato que trouxe muitos africanos para viver em condições desumanas. Em meados de 1570 já havia, na região do nordeste, cerca de 50 mil engenhos com 15 mil escravos. Com esse fato também ocorreram as fugas e com o tempo foram se formando diversos quilombos que eram formas dos escravos se protegerem das constantes perseguições. Dentro dos quilombos não havia apenas negros, mas também indígenas e foragidos da justiça (ou seja, alguns brancos também habitavam os quilombos). Nota-se que os quilombos contestavam tanto as relações escravocratas como as relações sociais existentes.

A luta que representa o(s) quilombo(s) vai além das questões de cor da pele. Ela também representa uma sociedade mais justa onde a diversidade é respeitada.
Esse ponto nos faz pensar que tanto o(a) negro(a), o(a) homossexual e também a mulher (já que a questão de gênero ainda é desigual nessa sociedade) sofrem do mesmo mal, com o preconceito de uma sociedade que diz que você deve ser hetero, se for homem deve ser dominante, se mulher deve ser submissa, e quem é negro(a) ainda sofre com a questão de não poder assumir sua identidade.

Essa sociedade opressora já nos causou muitos prejuízos, entre eles podemos citar as diversas mortes que houve nos movimentos que buscavam igualdade, seja o movimento negro, o movimento GLBTT’s, a luta das mulheres. Todos esses movimentos foram e são reprimidos pela mesma sociedade, assim como os Quilombos. E por qual motivo? Será que pelo fato da sociedade ser hierárquica e egoísta? Se antes a opressão vinha do Homem Branco contra sua mulher, contra o negro escravo, contra a negra escrava (que ainda corria o risco de ser estuprada), contra o(a) indígena – que também era escravizado(a) e que viu suas terras serem roubadas junto com sua cultura –, será que hoje isso é diferente? Nota-se que não, pois hoje ainda vemos a opressão do homem que se sente no direito de estuprar sua e/ou outra mulher (seja ele negro ou branco), do(a) homofóbico(a) que espanca homossexuais e vale mencionar que a terra dos(as) índios(as) continua sendo tiradas deles(as) de forma extremamente desrespeitosa.

Enquanto houver nessa sociedade relações hierárquicas e você precisar explorar e/ou menosprezar alguém pra se sentir superior, a luta que é lembrada dia 20 de novembro será em vão.

Assim como nos quilombos lutavam juntos negros(as), indígenas e brancos(as) contra a opressão de uma sociedade preconceituosa, hoje para combater esses males devemos estar juntos(as) e nos respeitar, independente da nossa cor, condição sexual e sexo.
Não podemos mais repetir os paradigmas de uma sociedade que só causa morte e sofrimento.

Se hoje você participa do movimento negro, mas não respeita a mulher e/ou o(a) homossexual, você está enterrando tanto sua luta quanto as lutas dos quilombos.

Todas as lutas por igualdade que existiram eram contra essa construção social, ou seja, o movimento negro representa o movimento GLBTT’s que por sua vez representa o movimento das mulheres que representa o movimento indígena que representa o movimento negro...

Não sejamos cegos(as) em achar que só devemos lutar por aquilo que nos atinge diretamente, pois enquanto houver um só homem/mulher aprisionado(a), todos estaremos.

Assim como nos quilombos lutava todo tipo de pessoa contra uma sociedade que só os prejudicava, devemos fazer o mesmo hoje. Lutemos todos(as) juntos(as): negros(as), brancos(as), gays, lésbicas, transexuais, heterossexuais, indígenas... Somos todos(as) Quilombo!

Nem racistas, nem homofóbicos e nem machistas, mas sim IGUAIS.
Não aceitemos nenhuma sociedade que precise causar dor ou explorar o próximo!

Um comentário: